segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Entrevista - Rosi Cruz

Olá todos......estou de volta e com uma entrevista fresquinha e divertida da mais nova bailarina Noites no Harém da Casa de Chá Khan el Khalili. Eu tive o prazer de conhecê-la durante alguns cursos que fizemos juntas, ela é um mulherão e muito divertida!!!

Com vocês: Rosi Cruz de São José do Rio Preto-SP


01- Quando você começou o que lhe chamou atenção e fez seu interesse pela dança do ventre crescer?
A dança é muito linda e exótica, diria que difícil também rs rs rs mas todo beneficio que ela desde o inicio me proporcionou foi sempre o que me despertava cada vez mais interesse em continuar aprendendo, poder se ver fazendo movimentos que nunca imaginava conseguir é incrível, fora que a música nos transporta... desde o inicio me sentia arrepiada com algumas músicas, tudo isso fez meu interesse crescer cada vez mais.

 02- Conte nos como foi no início. Você teve alguma dificuldade? Como conseguiu superá-la?
Nossaaaaa todo inicio é complicado né, acho que a principio estamos dentro de uma bolha, meio que perdidas, a sensação é de ser levada, eu no começo tinha dificuldades em decorar coreografias, mas com o tempo tudo vai melhorando, o grande truque é não desistir, cada uma tem suas dificuldades e tempo particular para superar, basta ter paciência e praticar.

03- Fale um pouco sobre sua trajetória. Quem foram as pessoas que te ajudaram nessa caminhada?
Comecei meus estudos com 21 anos, não era nada fácil, pois em minha cidade não tinha aulas, então pegava ônibus duas vezes por semana para ir fazer aulas numa cidade vizinha, ao chegar comia alguma coisa e trabalhava a tarde e a noite como professora de informática. Depois de dois anos de aula comecei a ver algumas coisas que não via anteriormente, foi quando parei com aulas presenciais regulares, logo depois em minha cidade minhas amigas me pediram para dar aula para elas, mas eu não quis a principio, pois eu era uma aprendiz e não professora e muito menos bailarina rs rs rs concordei em ensinar o pouco que sabia durante três meses, logo depois foi crescendo o número de pessoas interessadas e então fui para um lugar maior, se chamava Escola de Dança do Ventre Badra, quando comecei realmente a trabalhar com a dança, ai então que meus estudos ficaram intensos, estudava muito sozinha e com o material que conseguia adquirir, na época não tinha Youtube como hoje rs rs rs rs, nesse caminho todo tenho muito que agradecer a todas minhas primeiras alunas da cidade de Olímpia, minhas amigas e amigos em especial ao Wadão Marques (compositor e músico de Olímpia), José Roberto dono do restaurante árabe Dat Badan (Olímpia) que me cedeu espaço para apresentar meu trabalho e sempre apoio meus festivais, meu sempre amigo Thiago Louzada (coreógrafo e bailarino), minhas queridas Ana Ida que além de aluna foi uma amiga maravilhosa, Miriam, Sara, minha família que mesmo a principio não entendendo bem o que era trabalhar com dança mas sempre me apoiaram. Há cerca de 10 anos conheci meu marido Maxsuel o qual sempre me apoiou e então nos casamos e vim morar em São José do Rio Preto, a principio fiquei receosa por se tratar de uma cidade muito grande, minha cidade tinha 50 mil habitantes e Rio Preto 500 mil rs rs rs, mas aos poucos fui conquistando meu espaço, sempre determinada com os estudos e qualidade em dança. Agradeço muito a Deus por tudo.

04- Quando e o que fez você perceber que a dança estava se tornando sua profissão?
Logo depois que comecei a dar aulas para minhas amigas, pois o número de pessoas interessadas cresceu, apareceram shows onde eu recebia um pequenino cachê rs rs rs, muitos shows foram gratuitos para divulgação da escola e de minha “figura” rs rs rs e o dinheiro que recebia com a dança começou a pagar minhas contas, mas minha opinião particular é que, mesmo que você comece assim como eu, você ainda demora bons anos para realmente estar preparada ou para se intitular “profissional”. Acho que fui abençoada por ter trabalhado ensinando informática, tendo assim uma certa experiência com didática, em morar numa cidade pequena e ter dito isso como um laboratório.

05- Você tem outra profissão/formação? Consegue conciliar ambas?
Sim, trabalho com informática, sou webdesigner, também crio artes, livros, revistas... conciliar é possível, mas irá exigir mais do seu “corpitiu” afinal não é nada fácil trabalhar durante o dia em uma atividade, dar aulas, fazer shows, montar coreografias, estudar, mas já fiz muitoooo isso, hoje em dia estou apenas trabalhando com a dança, foi necessário para alcançar meu objetivo com ela, mas mesmo assim são três ou quatro atividades, que é o que algumas pessoas não entendem, sabe aquela perguntinha “Você só dança ou também trabalha??” hahahahahah está pergunta é demais né, afinal ser bailarina é uma profissão, ser professora de dança é uma profissão, ser coreógrafa é uma profissão, organizar eventos também é uma profissão. Então aos poucos vamos explicando para que haja um respeito maior por nosso trabalho.

06- Conte como organiza sua rotina de estudos, para continuar se aprimorando profissionalmente.
Não estudo horas e horas todos os dias como deveria, mas quando estudo, fico totalmente concentrada no que estou fazendo, treino desde o básico até movimentos mais elaborados, faço de dois a três workshops por ano e quando necessário faço aulas particulares com alguma bailarina a quem respeito e acho legal o trabalho. Não sou “obcecada” em estudar apenas uma ou aquela bailarina, acho que devemos ter nosso próprio estilo e ir aprendendo um pouquinho com cada uma sempre. É importante ter aulas particulares de vez em quando para que alguém entendida possa te apontar aquilo que você não vê, caso contrário você para no tempo.



07- Você buscou outras danças ou exercícios físicos para ajudar a melhorar a sua dança?
Não. Quando fiz aula de alguma dança diferente da dança do ventre, foi realmente por querer saber um pouco de outra dança, fiz Dança Folclórica Brasileira, tentei fazer Jazz mas não gostei e fiz alguns ritmos da  Dança de Salão. Este ano tentei fazer academia, mas eu não gosto rs rs rs rs, então o negócio é intensificar os treinos na dança do ventre rs rs rs rs.

08- Tem algum fato que marcou sua trajetória na dança?
Muitos, sempre grandes emoções. Mas uma delas foi um conselho que recebi de um amigo, ao terminar um show, uma pessoa veio me elogiar, mas como eu tinha errado, fiquei decepcionada comigo mesma, quando a pessoa veio me elogiou eu desabei minhas decepções na pessoa. Meu amigo se aproximou depois, pois tinha escutado a conversa e me disse: “Quando alguém te elogiar, simplesmente, sorria e agradeça, ela gostou do que viu e fez questão de vir aqui te dizer.” Então foi uma lição que carrego comigo sempre, a bailarina/o é um artista, o qual sobe ao palco e interpreta levando emoções ao público, emoções que fazem o público se alegrar, recordar de fatos de sua vida, o público não tem nada a ver com a briga que você teve ou com o erro, que talvez para eles foi imperceptível. Um outro fato interessante, foi um show que fiz em Brodowski há muitos anos atrás, estava no camarim e alguém veio me dizer que eu já entraria no palco, estava lá distraída, subi ao palco e comecei a dançar, ai então notei que meu cabelo estava preso com uma caneta, pois estava muito calor no camarim e prendi o cabelo, mas esqueci de soltar rs rs rs rs, então virei de costas fiz uns belos oitos egípcios e soltei o cabelo, jogando a caneta para longe rs rs rs rs e recebi elogios “nossa sua dança foi linda mas a parte que mais gostei foi quando soltou o cabelo” rs rs rs  como já havia aprendido a lição, simplesmente agradeci.

09- Para você qual qualidade é necessária para quem dança e quer se profissionalizar?
Ter humildade, ética e estudar sempre. Não adianta querer ser e pronto, tudo vai se tornando realidade quando você vai trilhando um caminho correto e com dedicação.

10- Para você padrões de qualidade são importantes? O que você acha que muda para a bailarina?
Sim, desde que realizado com responsabilidade, seriedade e profissionalismo. A primeira coisa que muda para a bailarina é que sua dança, ela conquistando este padrão de qualidade ou não, já irá ter melhoras. Aquela que conquista um padrão de qualidade com toda certeza estudou e muito para isso, então irá abrir muitas portas para sua vida profissional, é como se fosse um “ISO9001” rs rs rs.
É claro que existem muitas bailarinas maravilhosas e que não cresceram através de padrões de qualidade, mas é uma alternativa de crescimento.

11- Sabemos que atualmente nós mulheres temos que nos desdobrar em muitas. Como é para você conciliar todas essas funções de professora, bailarina e filha?
....e esposa rs rs, acho que sou muito tranqüila, procuro fazer sempre uma coisa de cada vez, ter planejamento, ter uma agenda, fazer o que gosto e acredito que para quem dança é sempre bom ter a mente aberta e tranqüila, para que possamos estar criativas sempre.

12- Agradeço por participar da entrevista. Fique a vontade para falar o que quiser.
Gisele, quero te agradecer pela oportunidade, adorei escrever e relembrar de momentos de minha vida. Te desejo muito sucesso.
Sou muito feliz e realizada, o caminho não é fácil, mas é muito importante termos força de vontade e foco, não importa qual seu objetivo com a dança. A dança é uma atividade que exige habilidade, treino, dedicação, talento, bom comportamento, simpatia, controle emocional, mas tudo vem com o tempo. O mais importante é que a dança nos proporciona muitos benefícios para nosso interior... alma e corpo.
Um beijo enorme a todas que se dedicam a esta milenar e linda arte!

Rosi Cruz

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