Olá todos......estou de volta e com uma entrevista fresquinha e divertida da mais nova bailarina Noites no Harém da Casa de Chá Khan el Khalili. Eu tive o prazer de conhecê-la durante alguns cursos que fizemos juntas, ela é um mulherão e muito divertida!!!
Com vocês: Rosi Cruz de São José do Rio Preto-SP
01- Quando você
começou o que lhe chamou atenção e fez seu interesse pela dança do ventre
crescer?
A dança é muito linda e exótica, diria que difícil também rs
rs rs mas todo beneficio que ela desde o inicio me proporcionou foi sempre o
que me despertava cada vez mais interesse em continuar aprendendo, poder se ver
fazendo movimentos que nunca imaginava conseguir é incrível, fora que a música
nos transporta... desde o inicio me sentia arrepiada com algumas músicas, tudo
isso fez meu interesse crescer cada vez mais.
02- Conte nos como foi no início. Você teve
alguma dificuldade? Como conseguiu superá-la?
Nossaaaaa todo inicio é complicado né, acho que a principio
estamos dentro de uma bolha, meio que perdidas, a sensação é de ser levada, eu
no começo tinha dificuldades em decorar coreografias, mas com o tempo tudo vai
melhorando, o grande truque é não desistir, cada uma tem suas dificuldades e
tempo particular para superar, basta ter paciência e praticar.
03- Fale um pouco
sobre sua trajetória. Quem foram as pessoas que te ajudaram nessa caminhada?
Comecei meus estudos com 21 anos, não era nada fácil, pois
em minha cidade não tinha aulas, então pegava ônibus duas vezes por semana para
ir fazer aulas numa cidade vizinha, ao chegar comia alguma coisa e trabalhava a
tarde e a noite como professora de informática. Depois de dois anos de aula
comecei a ver algumas coisas que não via anteriormente, foi quando parei com
aulas presenciais regulares, logo depois em minha cidade minhas amigas me
pediram para dar aula para elas, mas eu não quis a principio, pois eu era uma
aprendiz e não professora e muito menos bailarina rs rs rs concordei em ensinar
o pouco que sabia durante três meses, logo depois foi crescendo o número de
pessoas interessadas e então fui para um lugar maior, se chamava Escola de
Dança do Ventre Badra, quando comecei realmente a trabalhar com a dança, ai
então que meus estudos ficaram intensos, estudava muito sozinha e com o
material que conseguia adquirir, na época não tinha Youtube como hoje rs rs rs rs,
nesse caminho todo tenho muito que agradecer a todas minhas primeiras alunas da
cidade de Olímpia, minhas amigas e amigos em especial ao Wadão Marques
(compositor e músico de Olímpia), José Roberto dono do restaurante árabe Dat
Badan (Olímpia) que me cedeu espaço para apresentar meu trabalho e sempre apoio
meus festivais, meu sempre amigo Thiago Louzada (coreógrafo e bailarino), minhas
queridas Ana Ida que além de aluna foi uma amiga maravilhosa, Miriam, Sara,
minha família que mesmo a principio não entendendo bem o que era trabalhar com
dança mas sempre me apoiaram. Há cerca de 10 anos conheci meu marido Maxsuel o
qual sempre me apoiou e então nos casamos e vim morar em São José do Rio Preto, a
principio fiquei receosa por se tratar de uma cidade muito grande, minha cidade
tinha 50 mil habitantes e Rio Preto 500 mil rs rs rs, mas aos poucos fui
conquistando meu espaço, sempre determinada com os estudos e qualidade em dança. Agradeço
muito a Deus por tudo.
04- Quando e o que
fez você perceber que a dança estava se tornando sua profissão?
Logo depois que comecei a dar aulas para minhas amigas, pois
o número de pessoas interessadas cresceu, apareceram shows onde eu recebia um
pequenino cachê rs rs rs, muitos shows foram gratuitos para divulgação da
escola e de minha “figura” rs rs rs e o dinheiro que recebia com a dança
começou a pagar minhas contas, mas minha opinião particular é que, mesmo que
você comece assim como eu, você ainda demora bons anos para realmente estar
preparada ou para se intitular “profissional”. Acho que fui abençoada por ter
trabalhado ensinando informática, tendo assim uma certa experiência com
didática, em morar numa cidade pequena e ter dito isso como um laboratório.
05- Você tem outra
profissão/formação? Consegue conciliar ambas?
Sim, trabalho com informática, sou webdesigner, também crio
artes, livros, revistas... conciliar é possível, mas irá exigir mais do seu
“corpitiu” afinal não é nada fácil trabalhar durante o dia em uma atividade,
dar aulas, fazer shows, montar coreografias, estudar, mas já fiz muitoooo isso,
hoje em dia estou apenas trabalhando com a dança, foi necessário para alcançar
meu objetivo com ela, mas mesmo assim são três ou quatro atividades, que é o
que algumas pessoas não entendem, sabe aquela perguntinha “Você só dança ou
também trabalha??” hahahahahah está pergunta é demais né, afinal ser bailarina
é uma profissão, ser professora de dança é uma profissão, ser coreógrafa é uma
profissão, organizar eventos também é uma profissão. Então aos poucos vamos
explicando para que haja um respeito maior por nosso trabalho.
06- Conte como
organiza sua rotina de estudos, para continuar se aprimorando
profissionalmente.
Não estudo horas e horas todos os dias como deveria, mas
quando estudo, fico totalmente concentrada no que estou fazendo, treino desde o
básico até movimentos mais elaborados, faço de dois a três workshops por ano e
quando necessário faço aulas particulares com alguma bailarina a quem respeito
e acho legal o trabalho. Não sou “obcecada” em estudar apenas uma ou aquela
bailarina, acho que devemos ter nosso próprio estilo e ir aprendendo um
pouquinho com cada uma sempre. É importante ter aulas particulares de vez em
quando para que alguém entendida possa te apontar aquilo que você não vê, caso
contrário você para no tempo.
07- Você buscou
outras danças ou exercícios físicos para ajudar a melhorar a sua dança?
Não. Quando fiz aula de alguma dança diferente da dança do
ventre, foi realmente por querer saber um pouco de outra dança, fiz Dança
Folclórica Brasileira, tentei fazer Jazz mas não gostei e fiz alguns ritmos
da Dança de Salão. Este ano tentei fazer
academia, mas eu não gosto rs rs rs rs, então o negócio é intensificar os
treinos na dança do ventre rs rs rs rs.
08- Tem algum fato
que marcou sua trajetória na dança?
Muitos, sempre grandes emoções. Mas uma delas foi um
conselho que recebi de um amigo, ao terminar um show, uma pessoa veio me
elogiar, mas como eu tinha errado, fiquei decepcionada comigo mesma, quando a
pessoa veio me elogiou eu desabei minhas decepções na pessoa. Meu amigo se
aproximou depois, pois tinha escutado a conversa e me disse: “Quando alguém te
elogiar, simplesmente, sorria e agradeça, ela gostou do que viu e fez questão
de vir aqui te dizer.” Então foi uma lição que carrego comigo sempre, a
bailarina/o é um artista, o qual sobe ao palco e interpreta levando emoções ao
público, emoções que fazem o público se alegrar, recordar de fatos de sua vida,
o público não tem nada a ver com a briga que você teve ou com o erro, que
talvez para eles foi imperceptível. Um outro fato interessante, foi um show que
fiz em Brodowski há muitos anos atrás, estava no camarim e alguém veio me dizer
que eu já entraria no palco, estava lá distraída, subi ao palco e comecei a
dançar, ai então notei que meu cabelo estava preso com uma caneta, pois estava
muito calor no camarim e prendi o cabelo, mas esqueci de soltar rs rs rs rs,
então virei de costas fiz uns belos oitos egípcios e soltei o cabelo, jogando a
caneta para longe rs rs rs rs e recebi elogios “nossa sua dança foi linda mas a
parte que mais gostei foi quando soltou o cabelo” rs rs rs como já havia aprendido a lição, simplesmente
agradeci.
09- Para você qual
qualidade é necessária para quem dança e quer se profissionalizar?
Ter humildade, ética e estudar sempre. Não adianta querer
ser e pronto, tudo vai se tornando realidade quando você vai trilhando um
caminho correto e com dedicação.
10- Para você padrões
de qualidade são importantes? O que você acha que muda para a bailarina?
Sim, desde que realizado com responsabilidade, seriedade e
profissionalismo. A primeira coisa que muda para a bailarina é que sua dança,
ela conquistando este padrão de qualidade ou não, já irá ter melhoras. Aquela
que conquista um padrão de qualidade com toda certeza estudou e muito para
isso, então irá abrir muitas portas para sua vida profissional, é como se fosse
um “ISO9001” rs rs rs.
É claro que existem muitas bailarinas maravilhosas e que não
cresceram através de padrões de qualidade, mas é uma alternativa de
crescimento.
11- Sabemos que
atualmente nós mulheres temos que nos desdobrar em muitas. Como é para você conciliar todas essas funções de
professora, bailarina e filha?
....e esposa rs rs, acho que sou muito tranqüila, procuro
fazer sempre uma coisa de cada vez, ter planejamento, ter uma agenda, fazer o
que gosto e acredito que para quem dança é sempre bom ter a mente aberta e
tranqüila, para que possamos estar criativas sempre.
12- Agradeço por
participar da entrevista. Fique a vontade para falar o que quiser.
Gisele, quero te agradecer pela oportunidade, adorei
escrever e relembrar de momentos de minha vida. Te desejo muito sucesso.
Sou muito feliz e realizada, o caminho não é fácil, mas é
muito importante termos força de vontade e foco, não importa qual seu objetivo
com a dança. A dança é uma atividade que exige habilidade, treino, dedicação,
talento, bom comportamento, simpatia, controle emocional, mas tudo vem com o
tempo. O mais importante é que a dança nos proporciona muitos benefícios para nosso
interior... alma e corpo.
Um beijo enorme a todas que se dedicam a esta milenar e
linda arte!
Rosi Cruz
Linda!!
ResponderExcluirExemplo de competência, dedicação e simpatia esta nossa profa! Beijão, Rosi. De Bruna e Claudia.
ResponderExcluirObrigada lindas! beijos
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