Eh e para encerrar o domingão de Dia das Mães, apresento agora a você ela que é uma mãezona para sua filha, que por sinal é muito fofa #FãSalomé
Ela é de Guararapes-SP cidade vizinha a minha cidade natal. Dedicada e primorosa na organização de seus eventos, estudiosa da dança do ventre e autora do livro Cartas de uma bailarina de Dança do Ventre. Não posso deixar de registar que fiquei muito feliz por ela ter aceito o convite da entrevista, pois para mim ela se resume em uma palavra "inspiração".
Com vocês: Luciana Arruda
01- Quando você começou o que lhe
chamou atenção e fez seu interesse pela dança do ventre crescer?
Essa resposta é fácil, porque foi uma
cena que não consigo esquecer: eu fazia aulas no Teatro Municipal de Bauru, e
durante um pequeno intervalo, vi minha professora –Graciele - pegar uma revista
e dar um beijo na capa! Eu achei aquilo muito maluco, perguntei pra ela o que
significava aquilo e ela disse: ‘’essa é Lulu- na época Sabongi – e eu amo tudo
que essa mulher faz!’’
De imediato eu fiquei curiosa em
saber quem era aquela ‘Lulu’ e, mais
ainda, em saber mais sobre essa dança que tinha revista com cd de encarte e
tanta coisa pra estudar!
02- Conte nos como foi no início.
Você teve alguma dificuldade? Como conseguiu superá-la?
No início minha maior dificuldade foi
com minha postura extremamente clássica e rígida do ballet. Eu simplesmente não conseguia ‘soltar’ os
quadris ou fazer qualquer movimento mais suave, eu não entendia as
possibilidades sinuosas que meu corpo poderia fazer.
Superei fazendo muita aula e
treinando em casa...mas quanto mais eu estudava, mais travava! Rs... só comecei
a ‘funcionar’ quando passei a me entregar mais à como a música me fazia sentir
do que em seguir as técnicas enfaticamente.
Confesso que até hoje não tenho esse
quadrilzão de sonhos, mas também não me preocupo em chegar lá, quero curtir e
ser feliz.
03- Fale um pouco sobre sua
trajetória. Quem foram as pessoas que te ajudaram nessa caminhada?
Nossa... minha trajetória na dança do
ventre começou tão por acaso! Eu fui fazer aula como companhia para minha amiga
Nivia, e eu não fazia ideia do porquê estava ali. Mas já na primeira aula,
quando eu ouvi a primeira música e observei os movimentos de mãos da minha
professora, eu sabia que queria permanecer fazendo isso.
Não poderia de maneira alguma elencar
a todos que me ajudaram nesses quase 14 anos de dança do ventre, mas posso
dizer que devo a Nivia pelo meu início, a Lulu por me fazer entender o que eu
queria para mim, a Jade el Jabel por ser
sempre uma inspiração, a Aziza Mor por ela existir e ser exatamente assim como
é: uma professora impecável, uma bailarina criativa e verdadeira em sua arte e
uma pessoa que tem luz e sabe iluminar sem fazer sombra nos outros. Jorge
Sabongi me chama de ‘pequeno gafanhoto’ acho que de tanto que eu pergunto,
escrevo, falo com ele sobre a dança e a vida e ele é, para mim, meu Mestre.
04- Quando e o que fez você perceber
que a dança estava se tornando sua profissão?
Quando depois de cerca de três anos
dando aulas e fazendo shows, comecei a ganhar um bom dinheiro com isso! Rs...
aí me comprometi a estudar mais, porque aumentou em muito a demanda de pessoas
que me procuravam para aprender sobre a dança em teoria e prática.
05- Você tem outra
profissão/formação? Consegue conciliar ambas?
Sou Bacharel em Psicologia, com
ênfase em Ludoterapia e Pós em Arteterapia. Eu trabalho desde que me formei na
minha área e não pretendo parar. A Psicologia faz parte de mim e é sempre uma
correria a minha vida, mas tenho a sorte de ter nascido virginiana e ter
aprendido a disciplina desde pequena. Tem dado certo.
06- Conte como organiza sua rotina de
estudos, para continuar se aprimorando profissionalmente.
Durante 07 anos eu viajei todo mês
para São Paulo. Bem, você sabe, estou a 800km de lá. Imagine quanto eu gastava
com transporte, hospedagem, alimentação somados as aulas particulares e
workshops que eu fazia. Não vou citar tudo, só te digo que eu era a verdadeira
‘rata’ de eventos e workshops. Uma louca, na verdade,rs. Quando me casei eu
comecei a priorizar meu relacionamento e decidi que iria diminuir essa rotina,
o que de fato fiz.
Atualmente eu me comprometo a fazer
pelo menos um curso de aperfeiçoamento por trimestre e workshops somente os que
me inspiram de fato. Hoje já dá pra saber quais são as bailarinas em que eu
posso confiar e investir as minhas finanças.
07- Você buscou outras danças ou
exercícios físicos para ajudar a melhorar a sua dança?
Sim, eu voltei a fazer ballet depois
de muito tempo, jazz e arrisquei contemporâneo. Tentei fazer musculação, mas eu
realmente detesto aquilo. Com a maternidade o tempo ficou escasso e eu preciso
cumprir ainda esse ano minha promessa de fazer ioga.
08- Tem algum fato que marcou sua
trajetória na dança?
Ahh.. não sei, viu... sempre foi tudo
tão intensamente vivido por mim...eu não consigo lembrar agora... depois dos 30
anos eu aprendi a não ter nostalgias e a
perdoar e me perdoar.
09- Para você qual qualidade é
necessária para quem dança e quer se profissionalizar?
Estudar, não há atalhos nesse caminho. Estudar
com uma professora particular, além das aulas em grupo é essencial e manter a
pesquisa teórica e estar sempre pesquisando para ficar por dentro das
tendências na dança.
10- Para você padrões de qualidade
são importantes? O que você acha que muda para a bailarina?
Olha, eu já até dei entrevista na
Shimmie sobre isso, olha que honra. Resumidamente eu acredito que padrões são
importantes quando você precisa de um nome para respaldar o seu trabalho. Se
quer visibilidade e abertura de mercado, é necessário.
Para mim não são importantes.
11- Sabemos que atualmente nós
mulheres temos que nos desdobrar em muitas. Como é para você conciliar todas
essas funções de professora, bailarina, mãe, esposa e filha?
Ai Giii, é difícil! Mas eu dou conta,
faço o melhor de mim em todos os papéis. Acredito que eu estou melhorando
agora, pois quando minha filha nasceu eu me comprometi a ser sempre uma ótima
pessoa, por causa dela.
Eu administro meu tempo de maneira a
sempre ter uma ‘janela’ para os imprevistos, se acontecerem, estarei pronta.
Descobri, com a maternidade, que eu não controlo o tempo, sou sujeita a ele e
às necessidades da minha filha.
Eu aprendi uma dica ótima que me
ajuda super: dividir as tarefas em P.I e P.U.
P.I – pontos importantes
P.U-pontos urgentes
O que é urgente vem sempre em
primeiro. O que é importante é apenas importante, ninguém vai morrer se não
for feito agora.
E li, dia desses, uma frase ótima de
uma das executivas do Facebook: ‘’Feito é melhor do que perfeito.’’
Muito bom para parar com essa mania
de querer dar conta de tudo.
12- Agradeço por participar da
entrevista. Fique a vontade para falar o que quiser.
Gi, muito obrigada por esse convite.
Tenho muito carinho pro você e estou com saudades. Estou orgulhosa do seu
trabalho em São Paulo e fico feliz por ter feito parte de sua trajetória quando
você ainda morava por perto.
Eu gostaria de agradecer pelo
interesse em meu trabalho e gostaria de dizer às bailarinas que estiverem
lendo: ‘’Sejam felizes dançando, estejam presentes por inteiro em seu
momento.’’
Alguns grupos têm se preocupado
demais com regras, o que pode ou não pode, com medidas, peso, padrões.
Eu penso que o melhor da arte é
experimentar e vivenciar em plenitude a honra de sermos criativas com nosso
corpo.
Sigamos em frente!
Contato:
assessorialuciana@gmail.com
Oie! Vim conferir a entrevista, gostei de ficar sabendo mais sobre esta pessoa Luz que é Luciana. Valeu por entrevistá-la.
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